Com a aproximação do dia das eleições um debate que volta à
tona é sobre a seriedade das pesquisas eleitorais.
Em que pese à legislação ter se tornado mais rigorosa, a
possibilidade de utilização indevida das pesquisas eleitorais, principalmente
pela capacidade de influenciar nos resultados eleitorais.
Utilizo duas pesquisas publicadas pelos jornais de Belém no
dia de hoje para exemplificar os riscos da má utilização deste importante
instrumento de mensuração dos desejos da população. O Jornal O Liberal publicou
pesquisa do Ibope (campo feito entre 19 e 21 de setembro) e o jornal O diário
do Pará publicou pesquisa da Píese (mesmo período de entrevistas). As pesquisas
foram feitas, portanto, no mesmo período e, por conseguinte, seus resultados
deveriam ser bem parecidos.
Mas não são. E quais foram as principais diferenças?
1.
No Ibope Edmilson aparece com 38% e no Ipespe
tem 41%.
2.
No Ibope o segundo colocado é Zenaldo com 20% e
no Ipespe tem 12%.
3.
No Ibope o terceiro colocado é Priante com 16%,
mas no Ipespe é apontado um empate técnico, pois ele aparece com 12%.
4.
Os eleitores indecisos no Ibope alcançam apenas
3% e no Ipespe são 8%.
Divergências acima da margem de erro podem indicar pelo
menos dois problemas:
1.
Metodológico – ocorreram problemas na base
amostral ou na checagem da mesma.
2.
Políticos – foram alterados os resultados de
forma proposital para favorecer ou prejudicar determinado candidato.
Especialmente o resultado contraditório em relação ao
segundo e terceiro lugares é claramente um problema político.
1.
Na pesquisa do Ibope a diferença entre o Edmilson
e o segundo colocado é de 18 pontos percentuais e no Ipespe esta diferença é de
29 pontos. É uma diferença de 111 mil votos de diferença. Algo inaceitável.
2.
A diferença da votação do Zenaldo entre as duas
pesquisas é de oito pontos percentuais. Isso significa uma diferença de 80 mil
votos. É erro demasiado grande!
Em resumo, há algo muito suspeito acontecendo nas pesquisas
que foram selecionadas para análise. Durante a semana analisarei outras
pesquisas de outras cidades.
Pesquisa é muito importante, mas precisam ser transparentes
e sérias em termos metodológicos. Não podemos vivenciar pesquisas adulteradas
e, nas vésperas das eleições, após as adulterações cumprirem seu papel de influenciar
no eleitorado, os institutos fazem os ajustes para não sofrerem
desmoralizações.
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