Semana passada eu adverti os leitores deste blog para o
perigo de que pesquisas eleitorais fosse instrumento de tentativas de
manipulação do desejo soberano dos eleitores.
Aquela advertência estava fundamentada em duas razões. A
primeira, relatada no post, dizia respeito a enormes contradições entre
pesquisas que haviam sido divulgadas no final de semana passado na cidade de
Belém. Na verdade, no dia seguinte, com a divulgação da Pesquisa da Doxa, as
contradições ficaram mais evidentes.
Mas havia uma segunda razão. Em eleições anteriores,
inclusive na cidade de Belém, pesquisas haviam sido utilizadas para manipular
os resultados, ou seja, para tentar induzir os resultados, influenciando os
eleitores na reta final do pleito. Um destes fatos mais famosos foi a
divulgação pelo Jornal O Liberal de pesquisa do Ibope, faltando também sete
dias para o pleito, cujos números se mostraram inverídicos.
Na referida pesquisa, que reproduzo fac-símile da capa do
jornal, a candidata Valéria aparecia com 18% e os candidatos Priante e Mário
Cardoso apareciam empatados com 12%. Quando as urnas foram abertas e seus votos
apurados a senhora Valéria, candidata preferida do jornal apareceu em quarto
lugar com 13% e os dois que estávamos outros disputaram voto a voto o lugar no
segundo turno, ficando Priante com 19% e Mário com 18%.
Agora (coincidência?) novamente foi publicada uma estranha
pesquisa (desta vez da Vox Populi) que coloca o candidato Zenaldo em empate
técnico com Edmilson, sendo que o primeiro estaria com 25% e o segundo com 27%.
Um crescimento vertiginoso do candidato tucano e uma queda igualmente
surpreendente do candidato do Psol. E joga os concorrentes diretos de Zenaldo
para a vaga no segundo turno em percentuais irrisórios.
As discrepâncias entre essa pesquisa e as demais são acintosas.
E o fato chamou a atenção de todo mundo que acompanha o tema. Sem entrar no
mérito das possíveis motivações (correm muitos boatos sobre isso na cidade!),
mas tal conduta é uma tentativa de reeditar a prática das eleições anteriores:
um grupo local, usando de um instrumento de credibilidade aos olhos do
eleitorado, tenta influenciar indevidamente o resultado final.
Talvez este esforço esconda duas verdades reveladas pelos
outros institutos de pesquisa:
a)
Em todas as amostragens o candidato Edmilson mantém
larga vantagem para o segundo colocado, situação que influencia o eleitorado
positivamente na reta final da eleição e no seu posicionamento para o segundo
turno; e
b)
A indefinição acerca de quem disputará o segundo
turno, situação semelhante a que ocorreu em 2008, quando vários candidatos
ainda tinham disputavam voto a voto esta classificação.
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