sexta-feira, 24 de julho de 2009

O peso da dívida


A sociedade brasileira está sendo iludida pela propaganda governamental de que nosso país não deve mais nada pros credores externos e até empresta dinheiro para o FMI.
Os números da execução orçamentária de 2008 mostram que 41,6% dos recursos utilizados foram canalizados gastos com a dívida pública. O refinanciamento da dívida interna consumiu 272,2 bilhões e o da dívida externa consumiu 3,8 bilhões. Os serviços da dívida interna consumiram outros 202,5 bilhões e os serviços da dívida externa 14,3 bilhões.

Enquanto isso a educação representou apenas 2% dos gastos federais em 2008 e a saúde apenas 3,8%.

A situação para 2009 não é animadora. Já foram gastos com refinanciamentos e serviços das dívidas externa e interna um montante de 343 bilhões de reais, que representa 51,15% do dinheiro do contribuinte aplicado até o momento.
A educação consumiu até o momento apenas 2% e a saúde consumiu 3,8%.

Faço eco com a necessidade urgente da instalação da CPI da Dívida Pública na Câmara dos Deputados. Apesar das divergências entre os partidos da base e do bloco de oposição conservadora, quando o assunto é impedir a investigação desta enorme dívida há bastante unidade entre eles.

Somente a pressão social será capaz de mudar os rumos desta história.

2 comentários:

Alan Lemos disse...

Caro Luiz,

fico injuriado ao ver simplesmente a ausência de questionamento com relação à forma como o governo federal toma valores para financiar seus atos.

Especialmente no que diz respeito à política de juros: oferece (atualmente) 8,75% ao ano para os rentistas que emprestam ao governo ... e oferece crédito a partir de 4,5%, ficando em torno de 6% a 7%, a empresários que invistam no Brasil - via BNDES, FNO, FNE, FCO...

Ou seja, é como se eu pedisse R$100,00 emprestado para reemprestar, receber R$6,00 de juros e pagar R$8,50: um belo prejuízo de R$2,50. Multiplique isso aos bilhões.

Fora falar no subuso dos fundos federais, como do Basa, Banco do Nordeste, enfim. Que tal começarmos a questionar por qual motivo não usam os fundos creditícios antes de pedir emprestado?

Silenciosamente, o Estado contemporâneo é um rande desagiota. O subsídio financeiro está no ar para quem quiser - e puder.

Alan Lemos disse...

Além disso, enquanto o governo pode pagar 3% ao ano para o FGTS, para que pagar quase 10% aos invenstidores que compram títulos públicos?

Bastaria modificar um pouco a finalidade do FGTS e usá-lo não apenas para financiar o que já financia, mas também custear dívidas públicas.