quarta-feira, 11 de março de 2015

Efeitos começam a aparecer

É sabido por todos que, no seu segundo mandato, Dilma decidiu cumprir o programa que criticava em seu adversário, começando com a nomeação de um neoliberal convicto pro comando da economia (Joaquim mãos de tesoura) e depois anunciando um conjunto de medidas de cortes de recursos orçamentários, reajuste das tarifas públicas, combustíveis e retirada de direitos trabalhistas.
Porém, para muitos educadores, mesmo o corte de 7 bilhões no orçamento do Ministério da Educação, os efeitos nefastos das medidas recessivas e cortes de gastos públicos ainda não eram visíveis.
Esta semana tem ajudado a materializar estes efeitos e, quem sabe, despertar mais pessoas para a necessidade de serem realizadas mobilizações contra o ajuste fiscal em curso. Duas notícias publicadas no dia de hoje mostram claramente do que tenho falado aqui neste espaço.
A primeira relata o conflito de pais e alunos com seguranças na frente do Colégio de Aplicação da universidade Estadual do Rio de janeiro – UERJ, As aulas estão sendo continuamente adiadas por falta de verbas para manutenção e pagamento de pessoal da limpeza (http://migre.me/oYKWW).
A outra notícia, referente ao corte de terceirizados na Universidade Federal de Goiás (UFG) é apenas a ponta de um gigantesco iceberg (http://migre.me/oYL8s). O que a Federal de Goiás está fazendo vai ser um dos caminhos trilhados por muitas universidades federais, cujos orçamentos foram tesourados e precisam manter o que pode ser dito como “essencial” para o seu funcionamento e se perguntam o que podem cortar. E é fácil entender o que pode (mas não deveria ser) cortado: gastos com terceirizados, com custeio, com bolsas, com assistência estudantil, tudo que não paralise por completo o funcionamento da docência, mesmo que o torne muito mais precário.
O mais grave é que a paralisia da economia, motivada pelo tratamento de choque fiscal do governo federal, afetará a arrecadação de ICMS (que desce ou sobe a depender do consumo da população) e as dificuldades se alastrarão para estados e municípios (basta ver a situação das estaduais do Paraná, para ficar apenas em um exemplo).
Ao contrário do que a presidenta Dilma afirmou em seu pronunciamento, as medidas anunciadas de ajuste fiscal não estão sendo repartidos igualitariamente por todos os segmentos da sociedade. Muito pelo contrário. Quem vai perder o emprego é o trabalhador. Quem vai pagar mais caro pelo transporte é o trabalhador. Quem vai comprar alimentos mais caros é o trabalhador. E quem vai receber serviços públicos precarizados é o trabalhador e sua família.
Quando o governo atrasou um pouquinho o repasse dos recursos das bolsas do Pronatec, bastaram algumas matérias na imprensa para o problema ser resolvido. A mesma coisa com o atraso no FIES. Quem possui entrada na mídia e financia campanhas eleitorais consegue ver atendida as suas reivindicações de imediato.


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