segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Acabou a eleição, e a educação como fica?

Acompanhei atentamente o desfecho do segundo turno das eleições presidenciais. Não preciso voltar a comentar o que todo mundo disse e escreveu sobre o processo, pois pouco se debateu propostas concretas, girando o debate em torno de questões religiosas e éticas.

A educação não foi tema central da eleição, infelizmente. Mesmo que os candidatos tenham falado sobre o problema, mas pouco se avançou sobre propostas de como reverter a péssima qualidade ou de como o governo federal irá ajudar estados e municípios a incluir milhões de crianças e jovens na escola.

No primeiro turno votei em Plínio de Arruda Sampaio, candidato socialista, que apresentou um programa radical e coerente, mesmo que em alguns pontos deste tenham faltado às necessárias mediações com a correlação de forças concreta do nosso país.
No segundo turno votei na Dilma. Foi um voto crítico, por que as duas candidaturas são muito semelhantes em termos econômicos. Porém, a volta dos tucanos ao poder seria desastrosa para as políticas sociais, inclusive para a educação. Basta ver o caos educacional paulista.

Li atentamente o documento de 13 pontos programáticos divulgado no final do segundo turno. A educação é o item 07. Reproduzo abaixo o seu teor. Na introdução, obviamente a então candidata destacava que o “investimento, na educação, duplicou em termos reais no governo Lula-Dilma em relação ao período FHC-Serra”. E que o “Fundeb, a criação do piso salarial nacional e os programas de qualificação de docentes foram fundamentais para iniciar mudanças na educação dos Estados e dos municípios”. E o texto relativo à educação é o seguinte:

7. Garantir educação para a igualdade social, a cidadania e o desenvolvimento. Será garantido aos brasileiros – especialmente aos jovens – acesso a uma escola de qualidade, que combine ensino e capacitação para o trabalho. O governo Dilma expandirá e melhorará o ensino público e cuidará da educação da pré-escola à pós-graduação. Nas suas atribuições específicas, dará continuidade à ampliação e à qualificação da educação superior. Mais universidades públicas, mais campi e extensões universitárias garantirão a ampliação das matrículas. Mais verbas para estimular as pesquisas e fortalecimento da pós-graduação, que será expandida a todas as regiões do país. A experiência do ProUni será potencializada, permitindo a mais estudantes de baixa renda ingressarem na universidade. O projeto de construção das Instituições Federais de Educação Tecnológica (IFETs) será ampliado. As cidades pólo ou com mais de 50 mil habitantes possuirão, pelo menos, uma escola técnica. O piso nacional para professores e os programas nacionais de capacitação de docentes permitirão a cooperação da União com estados e municípios para alcançar padrões educacionais de qualidade em todos os níveis. O Governo Federal assumirá a responsabilidade da criação de 6 mil creches e pré-escolas e de 10 mil quadras esportivas cobertas. Será estabelecida uma articulação entre políticas educacionais, de esporte e cultura. Uma ampla mobilização – envolvendo poderes públicos e sociedade civil – terá como objetivo a erradicação do analfabetismo.

A então candidata também assinou a Carta Compromisso escrita por diversas entidades da sociedade civil e capitaneada pela Campanha Nacional de Educação.
Ontem à noite, no seu primeiro discurso após a vitória, a eleita Dilma Rousseff citou três vezes a educação. Disse:

“Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde”.
“A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade”.
“União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país”.


Nos próximos dias comentarei o conteúdo destes textos.

Um comentário:

antoniofrederico disse...

Prof. Como fica a profissionalização na Educação Infantil?
Somos Agentes Auxiliares de Creche concursados da prefeitura do Rio de Janeiro.
Nosso concurso foi a nível fundamental contrariando o art.62 da LDB.
Atuamos em sala como professores, sozinhos com as crianças durante 8 horas direto com as crianças.
A quem devemos recorrer?

Caso queira conhecer mais da nossa história, nos organizamos em dois blogs:
http://professoresdeeducacaoinfantil.blogspot.com/

http://professoresleigos.blogspot.com/