Na manhã de hoje, devido à forte
pressão da sociedade civil organizada, o relator do Projeto de PNE aceitou
adiar a votação na Comissão de Assuntos Educacionais do Senado. O presidente da
CAE, senador Lindbergh afirmou que havia recebido o mesmo pedido do ministro
Mercadante.
Semana passada ocorreu o 14º Fórum
Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação, espaço que reúne os gestores
municipais de todo o país. Não estive presente, mas acabei de receber um
boletim informativo e nele encontrei a transcrição da fala do ministro
Mercadante no evento.
Destaco o trecho em que ele fez uma
enfática defesa do teor do relatório do senador Pimentel, justamente em um dos
pontos mais polêmicos:
“Com todo o crescimento que nós
fizemos na rede federal, o setor privado tem um papel importante de expansão.
Quando a gente faz uma bolsa de estudo gratuita com isenção fiscal, temos que
considerá-la como investimento público na educação. Já falei com o Fórum da
Educação e vamos construir um acordo sobre o que poderá conter este conceito,
definindo que tem que conter políticas públicas que gerem inclusão social e que
garantam a gratuidade no ensino”, afirma o ministro.
Vários aspectos podem ser extraídos
deste breve trecho.
1º. O ministro reforça a visão do
relator de que o cumprimento do PNE depende da participação do setor privado,
pelo menos no que diz respeito ao ensino superior, citado pelos dois.
2º. O ministro defendeu que as
bolsas em troca de isenção fiscal sejam contabilizadas como investimento
público na educação.
3º. Disse que sua atuação na
negociação não será para retirar do texto o que a sociedade civil considerou um
retrocesso, mas para circunscrever em que situações os repasses para o setor
privado serão considerados investimento público e o interlocutor que ele valorizará
será o Fórum da Educação, grupo de entidades governamentais e
não-governamentais criado para organizar a CONAE.
Pelo teor desta intervenção o jogo
vai ser pesado e ficou evidente que:
1. Quando a
sociedade civil faz valer a sua voz ela consegue ser ouvida e sem a gritaria
que ocorreu o relatório já teria sido aprovado na manhã de hoje;
2. O governo
está totalmente antenado com o teor do relatório e vai resistir às mudanças que
são necessárias.
Está na hora de aumentar a pressão.
2 comentários:
O que me chama a atenção no país, é a facilidade com que se liberou verbas para a construção de estádios para a copa. E a educação fica nem vai não vai. Mas educação não tem "comissão por fora", que não se consegue provar, e nas obras sim.
João, também considero absurdo tanta preocupação com estádios de futebol bancados com recursos publicos. Esse governo Dilma tá se revelando inimigo, principalmente, da educação básica e pública. A imprensa só fala em futebol,cantores de axé e sertanejo e novelas, praticamente só isso. Em vários lugares do Brasil os professores estão em greve de forma justa e a imprensa “nem aí“. Aqui na minha cidade o tal prefeito incompetente não quer reajustar o Sub Piso Nacional.
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