sexta-feira, 3 de maio de 2013

Muito discurso, pouca mudança


Finalmente está disponível no portal da Câmara dos Deputados o teor da proposta sobre destinação de royalties para educação anunciada pela Presidenta Dilma no dia 1] de maio.

Trata-se do Projeto de Lei nº. 5500/2013.

O que este PL estabelece:

1. As receitas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios provenientes de royalties e da participação especial irão exclusivamente para a educação, mas isto só é válido para contratos posteriores a 03 de dezembro de 2012.

2. Os recursos dos royalties e participação especial de contratos sob regime de concessão e de cessão onerosa na área do pré-sal irão para o Fundo Social.A educação receberá apenas 50% dos "recursos resultantes do retorno sobre o capital do Fundo Social".

 

Como podemos ver as mudanças foram menores do que a expectativa criada pela fala presidencial. Para um discurso de que agora o governo iria "privilegiar como nunca o instrumento que mais amplia o emprego e o salário: a educação", a montanha praticamente pariu um rato.

O relatório do deputado Zaratini, oferecido ao texto da MP 592/2012, era muito mais efetivo, pois abrangia os contratos anteriores a 03 de dezembro de 2012, ou seja, garantia que de forma imediata fossem destinados recursos para a educação.

Pelo teor do PL a educação terá que esperar que:

1. Sejam licitados novos lotes de áreas petrolíferas e que as empresas vencedoras explorem o petróleo e depois comecem a pagar royalties e participação especial;

2. Sejam depositados recursos no Fundo Social e estes recursos sejam aplicados no mercado financeiro e que rendam dividendos, pois 50% destes é que poderão ser usados na educação.

posso estar errado, mas não consegui enxergar no texto proposto a criação das condições para cumprir o afirmado no seu artigo 1º. onde se lê que "para fins de cumprimento da meta prevista no inciso VI do caput do artigo 214 da Constituição". Este dispositivo é justamente o que obriga que o novo Plano Nacional de Educação estabeleça percentual do PIB de destinação de recursos para a educação.

O Plano deveria ter entrado em vigor em 2011, mas continua tramitando lentamente no Senado. Na Câmara conseguimos aprovar que ao final de dez anos deveríamos estar investindo 10% do PIB, contra 5,3% atuais.

A soma do que a educação receberá em contratos que ainda nem foram firmados e de áreas que nem começaram a produzir mais o dividendo de aplicação no mercado financeiro internacional dos recursos do Fundo Social não são suficientes para cumprir o desafio de praticamente dobrar os investimentos educacionais.

Assim, fica evidente que por enquanto continuamos com muito discurso sobre royalties para a educação, mas ainda estamos distantes da materialização financeira destas nobres intenções.

 

2 comentários:

Anônimo disse...

É por essas e outras que não voto mais na Dilma e pelo jeito votarei nulo.Principlamente não votarei em candidatos, que defendem o ECA que está fabricando delinquentes em atacado no Brasil.Hoje gasta-se mais com marginais que jamais terão recuperação, do que com as famílias das vítimas (a vítima já era!!) e dos esquecidos estudantes honestos brasileiros da escola básica.

Anônimo disse...

Concordo anônimo, local de marginal é na cadeia pagando penas rigorosas e sem ressocialização claro, apenas cumprindo pena. como você diz, a vítima já era, muitas não poderam ser ressocializaas porque estão mortas. Seria tão bom que os defensores de delinquentes apresentassem uma maneira de ressucitar as vítimas de seus delinquentes ressocializados por eles.