No dia de hoje (25 de setembro) a
Comissão de Constituição e Justiça do Senado, com apenas um voto contrário (senador
Randolfe Rodrigues - PSOL/AP) aprovou o relatório do senador Vital do Rego ao
Projeto do Plano Nacional de Educação - PNE.Agora falta apenas o parecer da
Comissão de Educação, colegiado que julga o mérito da matéria. Já é sabido que
o relator da matéria na CE será o senador Álvaro Dias - PSDB/PR.
1º. O governo federal, por que
conseguiu manter a desresponsabilização da União com o financiamento do PNE,
especialmente com a retirada da Estratégia 20.8, que estabelecia complementação
da União para viabilizar o Custo Aluno-Qualidade Inicial;
2º. O setor privado educacional,
por que conseguiu inserir de maneira textual que os subsídios, bolsas e
isenções fiscais, inclusive o financiamento estudantil, estarão inclusos nos
cálculos de 10% do PIB para a educação, derrotando o enunciado aprovado na
Câmara dos Deputados, que destinada o percentual somente para a educação
pública;
3º. As APAES, que fizeram
violento lobby para inserir redação que coloca o atendimento especializado em
igual patamar a inclusão de portadores de deficiência nas turmas regulares das
escolas públicas, além de garantir financiamento público para suas atividades;
4º. As entidades de aposentados
que fizeram lobby pra retirar do texto o dispositivo que, acertadamente,
proibia a continuidade do uso dos recursos educacionais correntes para custear
os rombos previdenciários.
5]. Os gestores estaduais e
municipais descomprometidos com a efetivação do PNE, que conseguiram retirar do
texto o prazo para a aprovação de planos estaduais e municipais, medida
essencial para pressionar os demais entes federados com suas metas e
estratégias.
Ao enumerarmos os vitoriosos, por
exclusão ficam claros os que foram derrotados nesta votação:
1º. A Campanha Nacional pelo
Direito à Educação, que viu retirada a Estratégia que dava efetividade ao Custo
Aluno-Qualidade;
2º. Os delegados e delegadas da
CONAE 2010, que viram suprimidas as garantias de que os 10% do PIB seriam aplicados
na educação pública e viram também enfraquecido o CAQi no texto do PNE;
3º. Os estados e municípios, por
que atualmente custeiam 80% da educação brasileira e ficaram mais distantes de
terem implementada uma participação maior da União no financiamento.
A disposição do governo é fazer
de conta que o relatório da Comissão de Educação não existe e dar preferência
no plenário ao relatório aprovado hoje na CCJ, ou seja, a possibilidade do
texto aprovado hoje se tornar o texto oficial do Senado é muito grande.
Vai depender da pressão popular,
da disposição das entidades mobilizarem as suas bases e enfrentarem o governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário