É sabido por todos que, no seu segundo mandato, Dilma
decidiu cumprir o programa que criticava em seu adversário, começando com a
nomeação de um neoliberal convicto pro comando da economia (Joaquim mãos de
tesoura) e depois anunciando um conjunto de medidas de cortes de recursos
orçamentários, reajuste das tarifas públicas, combustíveis e retirada de direitos
trabalhistas.
Porém, para muitos educadores, mesmo o corte de 7 bilhões no
orçamento do Ministério da Educação, os efeitos nefastos das medidas recessivas
e cortes de gastos públicos ainda não eram visíveis.
Esta semana tem ajudado a materializar estes efeitos e, quem
sabe, despertar mais pessoas para a necessidade de serem realizadas
mobilizações contra o ajuste fiscal em curso. Duas notícias publicadas no dia
de hoje mostram claramente do que tenho falado aqui neste espaço.
A primeira relata o conflito de pais e alunos com seguranças
na frente do Colégio de Aplicação da universidade Estadual do Rio de janeiro –
UERJ, As aulas estão sendo continuamente adiadas por falta de verbas para
manutenção e pagamento de pessoal da limpeza (http://migre.me/oYKWW).
A outra notícia, referente ao corte de terceirizados na
Universidade Federal de Goiás (UFG) é apenas a ponta de um gigantesco iceberg (http://migre.me/oYL8s). O que a Federal de
Goiás está fazendo vai ser um dos caminhos trilhados por muitas universidades
federais, cujos orçamentos foram tesourados e precisam manter o que pode ser
dito como “essencial” para o seu funcionamento e se perguntam o que podem
cortar. E é fácil entender o que pode (mas não deveria ser) cortado: gastos com
terceirizados, com custeio, com bolsas, com assistência estudantil, tudo que
não paralise por completo o funcionamento da docência, mesmo que o torne muito
mais precário.
O mais grave é que a paralisia da economia, motivada pelo
tratamento de choque fiscal do governo federal, afetará a arrecadação de ICMS
(que desce ou sobe a depender do consumo da população) e as dificuldades se
alastrarão para estados e municípios (basta ver a situação das estaduais do
Paraná, para ficar apenas em um exemplo).
Ao contrário do que a presidenta Dilma afirmou em seu
pronunciamento, as medidas anunciadas de ajuste fiscal não estão sendo
repartidos igualitariamente por todos os segmentos da sociedade. Muito pelo
contrário. Quem vai perder o emprego é o trabalhador. Quem vai pagar mais caro
pelo transporte é o trabalhador. Quem vai comprar alimentos mais caros é o
trabalhador. E quem vai receber serviços públicos precarizados é o trabalhador
e sua família.
Quando o governo atrasou um pouquinho o repasse dos recursos
das bolsas do Pronatec, bastaram algumas matérias na imprensa para o problema
ser resolvido. A mesma coisa com o atraso no FIES. Quem possui entrada na mídia
e financia campanhas eleitorais consegue ver atendida as suas reivindicações de
imediato.
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