O título deste post é uma homenagem a um dos livros de
Gabriel Garcia Márquez que mais gostei de ler. Todos sabiam que o personagem
principal iria morrer, menos ele.
Ontem (já passa de meia-noite) foi publicado no Diário
Oficial da União (http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=24&data=18/12/2013)
a Portaria Interministerial nº 16, que recalculou o valor mínimo por aluno do
Fundeb, estabelecendo que passou a ser de R$ 2.022,51.
Pela segunda vez, faltando poucos dias pra finalizar o ano,
o MEC “atualiza” a projeção de receita do fundo e, assim agindo, republica
valores próximos do que será efetivado no ano. E isto sempre é feito para
atender aos reclamos dos governadores e prefeitos para que o piso salarial
nacional do magistério fiquei dentro de patamares “razoáveis”, pelo menos para
os interesses dos gestores.
Caso a referida portaria não fosse publicada a correção do
piso seria de 19%. Com a presente publicação a correção em 2014 cairá para 8,32%.
Ou seja, o novo piso salarial nacional será de apenas R$ 1697,00.
Tempos atrás fiz um cálculo mostrando
que para que a Meta 17 do futuro Plano Nacional de educação seja cumprida nos
próximos dez anos será necessário que, pelo menos, o valor do piso do
magistério seja corrigido em 5% acima da inflação todos os anos. Da forma que
foi feito pelo MEC o reajuste de 2014 será apenas 2,5% acima da inflação.
Assim, mesmo antes de ser aprovado o PNE, atitudes ministeriais vão o tornando
letra morta.
Já vi que a CNTE, entidade representativa
dos trabalhadores em educação, publicou nota repudiando tal atitude (http://www.cnte.org.br/index.php/comunicacao/noticias/12964-pelo-valor-do-piso-cnte-convoca-mobilizacao-para-inicio-do-ano-letivo.html).
A possibilidade de ocorrer reações fortes contra esta manobra são concretas.
É interessante que tal decisão acontece
um dia após o Senado Federal aprovar um Substitutivo medonho de Plano Nacional
de Educação, que desresponsabiliza a União no financiamento da educação básica.
Parece que os dois fatos guardam profunda coerência.
Ah... o governo conseguiu ser mais pessimista do que meus
cálculos e jogou a estimativa de receita mais pra baixo do que meus dados
haviam conseguido perceber.
Voltando ao querido Garcia Márquez,
este é mais um elemento comprobatório de que a Meta 17 tem tudo para repetir a trajetória
do famoso personagem Santiago Nasar.
Um comentário:
Caro Luiz Araújo, qual é seu e-mail? Pretende lhe enviar sugestões para o programa de governo do Randolfe.
Abs, Augusto
Postar um comentário