Este final de semana foi
rico de reportagens sobre a dificuldade do governo Dilma coesionar sua ampla
base de sustentação. As análises sobre as causas disso são as mais variadas,
tendo explicações para todos os gostos.
Como o foco deste espaço
virtual é acompanhar e refletir temas educacionais, chamou a minha atenção duas
notas no O Globo, na coluna do Ilmar Franco. A primeira afirma que os "ministros dos partidos aliados estão chocados com Aloizio
Mercadante". O motivo seria a cobrança incisiva que o mesmo estaria
fazendo para que os referidos ministros "enquadrem suas bancadas, para que
votem com o governo".
Tal pressão teria como
alvo duas votações que interessam diretamente ao Executivo: a Lei dos Royalties
e manter o veto ao artigo que acaba com a multa de 10% do FGTS.
A segunda nota na mesma coluna, intitulada
"a ordem é arrochar a enquadrar", afirma que o Planalto cobrará
fidelidade dos líderes dos partidos aliados na Câmara dos Deputados. E que a
"expectativa é dobrar o PDT e o PSB, no caso da votação da
Lei dos Royalties, quanto à destinação dos recursos do Fundo Social para a
educação e a saúde".
No mesmo final de semana também foi noticiado que
Dilma liberará seis bilhões de reais em emendas parlamentares, medida simpática
e que ajuda a dobrar resistência e tornar mais fiel a infiel bancada,
A possibilidade dos avanços conquistados em julho
no projeto que estabelece a destinação dos royalties para a educação serem
enterrados aumentou bastante. A tendência é que o governo consiga reverter a
votação que perdeu. Lembro que a vitória dependeu da rebeldia de parlamentares
da base governista, inclusive a de alguns partidos que só decidiram votar favoravelmente
a educação no último minuto (como foi o caso do PCdoB).
Ter forte mobilização social é, como sempre, a única
forma de contrapor os interesses populares às razões de estado, que em nosso país
sempre se confundem com as razões de mercado.
Um comentário:
Governantes traidores e mentirosos. Ninguém aguenta mais tantos ataques aos interesses do povo.
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