No último dia 29 estive em Fortaleza a convite das entidades da sociedade civil. O debate foi sobre o papel do Estado e o Sistema Nacional de Educação.
No meio do debate me foi feita uma pergunta muito pertinente. O autor é membro da Rede de pais e mães das escolas públicas de Fortaleza e a pergunta foi a seguinte: o que fazer para ter uma educação de qualidade? O cidadão lembrou que sua filha está cursando a oitava série e não domina as quatro operações da matemática.
Este é um dos desafios da Conferência Nacional de Educação do ano que vem:
estabelecer as bases para que a educação brasileira dê um salto para o futuro e deixe pra trás os péssimos indicadores educacionais.
A resposta ao cidadão angustiado é complexa e certamente será a soma de várias ações. Enumero alguns aspectos.
1°. Educação de qualidade significa mais investimentos do que os atuais. Por isso, a sociedade civil luta para que nosso país invista pelo menos 10% do seu Produto Interno Bruto em educação. Hoje, no máximo e sem considerar os constantes desvios, o país investe 4%.
2°. Certamente valorizar os profissionais do magistério. É verdade que não simplesmente pagando um melhor salário que automaticamente a qualidade melhorará nas escolas públicas, mas é certo que pagando péssimos salários cada vez ficamos mais longe da qualidade.
3°. É preciso que nossas escolas tenham como foco o aprendizado do aluno. Para isso é necessário que as redes de ensino tenham uma consistente proposta pedagógica.
4°. É necessário que haja tempo para que o professor planeje, repense sua prática, discuta com os seus pares os desafios do dia-a-dia educacional e que isso tudo seja feito no ambiente escolar.
5°. É necessária uma formação inicial e continuada mais consistente.
6°. É preciso romper o pacto de mediocridade existente. O Poder Público não cobra a responsabilidade dos professores por que não recompensa apropriadamente o seu trabalho, nem oferece as condições mínimas de trabalho. Os professores não exercem seu trabalho com dedicação, como resposta despolitizada a falta de condições, prejudicando os alunos, especialmente àqueles que dependem essencialmente da escola pública para acessar o conhecimento universal que sua família não recebeu e não pode oferecer por fora da escola.
São algumas respostas, faltam outras. O importante é não fugir do problema.
Um comentário:
Parabéns Professor Luiz pelo seu interesse em melhorar a qualidade do ensino e a formação do professor.
O Plano de Carreira do Município de Getulina aprovado em novembro de 2005, já consta a obrigatoriedade do Curso superior e ou Pedagogia e já está implantado o Ensino de 9 anos desde 2009.Quero tê-lo como parceiro para a capacitação da legislação que sofrer alterações graças ao seu desempenho.
Um abraço.
Idalina de Andrade Tuena - Dirigente de Ensino
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