A agência EFE publicou ontem (22 de junho) que os ministros da Saúde e da Educação brasileiros e representantes do Banco Mundial (Bird) pediram uma melhora nas políticas públicas integradas para educação, e um foco nas crianças até 3 anos para evitar problemas futuros no desenvolvimento educacional.
Isso aconteceu durante a abertura da Conferência Global sobre Desenvolvimento na Primeira Infância, organizada pelo Banco Mundial e o governo federal.
Neste evento, o ministro da Educação, Fernando Haddad, teria destacado que os problemas nos jovens se revelam aos 15 anos, "mas a desigualdade está marcada muito antes, aos 3 ou aos 6 anos já". E insistiu que os esforços não devem se concentrar apenas em resolver uma "pintura desagradável que se revela aos 15 anos", mas que é necessário trabalhar desde os primeiros períodos de desenvolvimento da criança, entre 0 e 3 anos de idade.
Fiquei me perguntando para quem os dois ministros resolveram direcionar o pedido de apoio as políticas públicas direcionadas e integradas para a educação infantil. Cheguei a algumas hipóteses:
1ª hipótese – o pedido é uma autocrítica pelo baixo apoio dado pelos seus ministérios a temátia, especialmente no caso do MEC, que enviou proposta de Fundeb sem contemplar o atendimento de creche e aceitou a pressão dos governadores para que o novo fundo remunerasse o serviço muito abaixo do seu custo real.
2ª hipótese – o pedido é um apelo desesperado para o Ministro da Fazenda, para que não mexa no orçamento da saúde e educação, mesmo diante das sucessivas quedas de arrecadação, provocadas pelo agravamento da crise econômica mundial.
3ª hipótese – o pedido foi direcionado para os prefeitos e dirigentes municipais de educação, os quais devem ser sempre culpabilizados pela baixa cobertura educacional na faixa de zero a seis anos.
Talvez a hipótese seja mais simples, e o gesto tenha sido apenas para inglês ver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário