Hoje foi divulgado o resultado do PISA 2009. O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), avalia os conhecimentos de leitura, ciências, matemática em 65 países.
Apesar de existir apenas um relatório, as manchetes da grande imprensa e do INEP são antagônicas. No Portal G1 estampou: Brasil melhora média, mas fica entre piores em ranking de ensino da OCDE. Já o Estadão, por incrível que pareça, colocou uma manchete mais próxima do que o INEP destacou: Brasil tem 3ª maior evolução no Pisa, mas matemática ainda é desafio.
No portal do INEP a manchete foi a seguinte: Brasil está entre os países que mais crescem no Pisa e cumpre meta do PDE.
Analisando a síntese de Relatório, posso dizer que o resultado permite e justifica diferentes abordagens, de acordo com as preferências dos donos dos veículos (mais situacionistas ou oposicionistas).
1. É verdade que o Brasil teve a terceira melhor taxa de crescimento em relação aos números de 2000, ficando apenas atrás do Chile e Luxemburgo. Porém, isso deve ser relativizado, pois países que já possuem altas notas tendem a crescer de forma mais lenta e, de outro lado, países com potencial econômico maior e que estavam com notas baixas, tendem a crescer mais rápido. De qualquer forma é uma boa notícia.
2. É verdade também que continua um descompasso entre o desenvolvimento econômico de nosso país e suas notas no PISA. Estamos em 53º lugar de 65 países testados. Ganhamos da Albânia, do Kazaquistão, do Azerbaijão e da Colômbia. Mas perdemos de Trinidad e Tobago, Turquia e Letônia, para citar somente alguns.
3. Dos países denominados BRICS, somos o pior colocado. A China aparece em 1º e a Rússia em 40º. A índia não participa da prova.
Mais do que comparar nosso desempenho com os demais países, os dados confirmam que as desigualdades entre as redes continuam graves no Brasil, fruto inclusive de investimentos diferenciados em termos financeiros. Assim, a nota do Brasil no PISA é 401, o que nos colocou na 53º posição, mas se fosse considerado apenas a rede pública federal a nossa posição seria 7º, na frente do Canadá e Nova Zelândia. Se fosse considerada apenas a nota de rede particular nossa posição seria 18º, na frente da Noruega e Reino Unido.
Acontece que a maioria dos nossos alunos estuda na rede pública estadual e municipal e estas duas redes alcançaram apenas 387 pontos. E é justamente aonde precisamos mais investir em qualidade.
Alguma coisa pra comemorar, mas com moderação.
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