A imprensa nacional divulgou hoje que o MEC pretende realizar em 2011 um concurso nacional para selecionar professores que desejem trabalhar na rede pública.
A idéia é mais ou menos o seguinte:
a) O professor faz a prova e depois poderá utilizá-la para ingressar em diferentes redes que aderirem ao processo seletivo;
b) O MEC dará um prazo para as redes estaduais e municipais aderirem ao processo, habilitando-se assim para utilizar o resultado nos seus processos seletivos;
c) A responsabilidade da execução será do INEP, que promete submeter em breve os conteúdos que serão cobrados na prova para consulta pública por 45 dias.
Segundo informa a Agência Brasil, a seleção será parecida com o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): o professor faz a prova e depois usa a nota para ingressar nas redes que aderirem ao processo seletivo.
O MEC informou que o concurso é uma demanda das redes de ensino estaduais e municipais. “Hoje cada um faz seu concurso de forma descentralizada, contratando empresas. Nós fizemos uma pesquisa e percebemos que os conteúdos cobrados no concurso eram muito limitados, as questões eram superficiais”, disse a coordenadora-geral de instrumentos e medidas educacionais do Inep, Gabriela Moriconi.
“Para os municípios, é muito complicado fazer o concurso, custa muito caro. Alguns passam muito tempo sem fazer concurso, contratando professores temporários para suprir a necessidade”, afirmou a representante do Inep.
A proposta precisa ser bem debatida, especialmente ouvindo os gestores estaduais e municipais. Não me agrada muito esta forma de atuar do MEC: anuncia uma idéia e conclama os entes federados a aderir, mesmo que o alvo não seja algo de sua atribuição direta, como é o caso aqui. É uma forma impositiva de consolidar políticas federais, tratando os estados e municípios como parceiros de segunda categoria. Primeiro conquista a opinião público, pressionando os gestores a adesão.
De qualquer forma a idéia parte de problemas realmente existentes:
a) há uma queixa dos gestores de que os concursos públicos são processos caros e muitas vezes a qualidade fica muito a desejar;
b) não há conteúdos uniformes, existindo níveis de exigência muito diferenciados, dependendo da demanda de candidatos e da expertise da empresa contratada;
c) a execução tem sido feita por universidades públicas, faculdades particulares, empresas com tradição e outras de origem duvidosa;
d) Há uma demanda de que os concursos sejam mais rigorosos quanto o perfil do profissional solicitado.
Contudo, unificar os conteúdos numa prova nacional exige uma sintonia com o perfil que as redes públicas querem, não cabendo tal decisão ao MEC tomar sozinho. E deve estar antenado com o perfil dos profissionais que nossas universidades estão formando.
É preciso abrir o debate.
2 comentários:
E por acaso esse tipo de seleção vai atrair professores bem qualificados ʔ Acho que isso não passa de mais uma enrolação do governo, haja vista, que a educação básica, está nas mãos dos gestores incompetentes na maioria dos municípios e estados brasileiros, que não valorizam o profissional do magistério.
Essa idéia, vai é aumentar as disparidades entre municípios e estados, já que muitos não vão aderir a esse programa optando ou não por ele. Vejo tudo muito estranho nessas políticas voltadas pra educação nacional do MEC.
Eu sou a favor deste processo seletivo.Pois acredito que haverá uma equiparação dos conteúdos e qualificação exidos aos professores.Em muitas cidades ocorre muitas confusões quanto a aplicação de provas, principalmente quando um dos processo seletivos passa pela redação que depende muito dos critérios de quem as corrige.Não digo que essa seleção feita pelo governo irá solucionar todos os problemas, mas pelo menos será uma tetativa em elucidar o "monopólio" de algumas entidades duvidosas nos concursos.
Postar um comentário