segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Público e privado na PNAD 2009


Um dado interessante que pode ser extraído da PNAD é a relação entre rede pública e rede privada.

Somadas todas as matrículas temos 21,9% das matrículas mantidas pelo setor privado. Houve um aumento deste percentual em relação ao ano anterior, que havia registrado 20,8%.

A presença do ensino privado é avassaladora no ensino superior e, infelizmente, esta realidade não tem se alterado no decorrer da última década. Assim, de cada 100 alunos que conseguem ingressar em um curso superior, nada menos que 76,6 estão em instituições pagas. De 2008 para 2009 houve um incremento de 0,5%.

Mas foi no atendimento das crianças pequenas que a situação mais se agravou. Em 2008 tínhamos 25,9% de vagas privadas na educação infantil e em 2009 este número saltou para 30,1%, ou seja, um incremento de 16%.

Somente no ensino médio a situação é de estabilidade, mantendo-se o percentual de 13,6% de vagas privadas. No ensino fundamental houve variação de quase 9% entre um ano e outro e hoje o percentual de alunos que estudam em escolas privadas subiu para13, 1% (contra 12% em 2008).

Esta situação merece uma detida reflexão. Pelo menos duas observações devem ser feitas:

1. Apesar de todo o esforço de retomada da construção de unidades públicas de ensino superior, a setor público continua crescendo em ritmo inferior ao setor privado.

2. Na educação básica o segmento mais vulnerável em termos de cobertura (educação infantil) continua amargando alta taxa de presença do setor privado, contabilizado neste número desde escolas de ricos, quanto precárias escolas particulares destinadas aos pobres.

Faltando poucos dias para que os brasileiros votem em novos governadores, deputados, senadores e presidente, cabe refletir sobre o descompasso entre o discurso que afirma que todos estão comprometidos com a educação pública e os números divulgados pelo IBGE.

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