No dia de ontem (15 de março) teve inicio o Seminário Internacional sobre Educação de Qualidade. O evento reúne representantes de organizações da sociedade civil de dezesseis países, sejam da Ásia, África, Europa ou América Latina e é promovido pela Campanha Global pela Educação (CGE) e pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
O intuito do seminário é auxiliar na formulação de um conceito de qualidade educacional que deve ser exigido pela sociedade civil.
Destaco algumas contribuições que foram apresentadas no evento. O senhor Elie Jouen, que é representante da Marcha Global contra o Trabalho Infantil e membro da direção da CGE, destacou que o debate de qualidade é hoje influenciado diretamente pela crise econômica mundial, cujos efeitos são sentidos também nos países centrais europeus, especialmente na oferta educacional para os imigrantes.
O pesquisador Patrick Watckins, que é analista em educação da CGE, fez um relato de seus estudos sobre a realidade educacional em Camarões, mostrando a contradição que existe entre a aparente preocupação do FMI com a educação e os efeitos de suas condicionalidades impostas aquele país. Hoje a educação está ainda mais precarizada, os pais pagam pelos serviços educacionais e os recursos governamentais foram drasticamente reduzidos.
A educadora Camila Croso, coordenadora da Campanha Latino Americana pela Educação (CLADE) trouxe uma reflexão acerca do sentido da educação, ou seja, ressaltou a necessidade da educação conviver com as diferença.
Iniciativas como esta nos auxiliam a refletir acerca do conceito de qualidade na educação. Isto é ainda mais importante quando em nosso país (mais não só) tornou-se hegemônica a visão de que a realização de exames de larga escala é suficiente para estabelecer e induzir padrões de qualidade. É necessário discutir os resultados ao mesmo tempo em que discutimos os insumos necessários para que se alcance um dado padrão de qualidade. Este debate permeou a discussão do seminário.
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