Tenho comentado várias vezes que um dos problemas do governo Lula é não ter realizado uma ruptura com as idéias do governo anterior. Essa premissa também se faz presente na educação, mesmo que tenham ocorridos pequenas rupturas, infelizmente as continuidades são mais fortes.
Volto a falar do tema por que a Revista Época divulgou no dia de hoje alguns pontos de um documento elaborado por doze educadores. O documento foi elaborado por personalidades ligadas ao governo FHC, defensores do caráter regulador do Estado Brasileiro e interlocutores do setor privado. Destaco a presença de são Cláudio de Moura e Castro, , Luiz Carlos Menezes, Maria Helena Guimarães de Castro, Guiomar Namo de Mello, Mozart Neves, Eunice Ribeiro Duhran e Ruben Klein.
E que idéias estas pessoas lançaram ao vento? As mais polêmicas foram:
1. Congelamento das atuais carreiras do magistério, priorizando a progressão pela meritocracia, “fazendo com que o professor seja avaliado conforme o desempenho de seus alunos e seja passível de punição em caso de faltas recorrentes”.
2. Reforma das faculdades de educação e dos currículos usados por ela.
3. Campanha de marketing para recuperar a imagem da profissão na sociedade brasileira.
4. Mais poder para que os diretores controlem os rumos de suas escolas.
5. Criar a possibilidade de que a iniciativa privada cuide da gestão de escolas públicas.
6. Implantar um exame de saída do ensino médio, que no futuro servirá de base para a disputa de vagas nas universidades.
7. Currículo nacional unificado.
8. Avaliação nacional no terceiro ano do ensino fundamental, para monitorar o analfabetismo, e aprofundar a cultura de medição de desempenho, melhorando exames já existentes como o Ideb e a Prova Brasil.
9. Rever o uso do Fundeb, permitindo repasse para organizações privadas que administrem escolas e redes de ensino público.
Acho plenamente legítimo que todos os setores sociais (conservadores, neoliberais remanescentes e privatistas de toda ordem) exponham suas idéias. Gostaria que documentos elaborados pelos setores progressistas tivessem o mesmo espaço na mídia (é pedir demais?).
O que me preocupa não são as idéias deste grupo, mas o terreno fértil que podem encontrar no governo Dilma e na gestão Haddad.
Isto me preocupa!
Dá para plagear a frase de Luter King:o que me preocupa não é o que publicam dos conservadores e sim o que deixam de publicar dos pregressistas.
ResponderExcluirEste cáli-se imposto pelo conservadorismo avança cada vez mais e sinto que não conseguimos dialogar com nossa categoria.é hora de rearticularmos o FORUM NACIONAL EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA!
Concordo com suas colocações. Gostaria que você aprofundasse o debate com sugestões e apontamentos detalhados sobre cada uma das colocações dos "pensadores" da revista Época. Assim podemos nos articular e espalhar as propostas progressistas. Se não pela mídia tradicional (que não nos dá espaço), faremos pela internet.
ResponderExcluirAbraço,
Luiz, quando você diz repasse de recursos do Fundeb para Inst. privadas as conveniadas entram na crítica ou vc se refere a instituições particulares mesmo, aquelas que visam o lucro?
ResponderExcluirNunca ouvi sua opinião sobre isto, talvez seja por não ter pesquisado mais no blog, mas muito me interessa ouvir isto de você.
Realmente, ficou pequeno o texto para caber tanto retrocesso...Currículo unificado, gerencialismo, vouchers. Lamentei ver o nome do Prof. Jamil Cury nesse texto, conforme está na reportagem original. Os outros, ligados ao Governo FHC, não nos causam surpresa. Surpresa seria defenderem a gestão democrática.
ResponderExcluirE no fim, o pobre professor, vagabundo e orfdinário, é o culpado do fracasso escolar. Esperamos que o MEC não adote o viés desse Anti-PNE como paradigma de valorização do Professor.
Eles estão sempre prontos para detonar a carniça... Como sempre os massacrados professores levam a pecha de culpados por essa turma do dinheiro, é o que importa pra eles , claro! Essas idéias contra a educação pública são repugnantes!!!1
ResponderExcluir