O jornal Estado de São Paulo divulgou matéria na sua versão escrita de que recebeu denúncia do vazamento das informações pessoais dos participantes do ENEM, e que tal informação foi conseguida junto a técnicos de uma escola da Grande São Paulo.
O presidente do INEP, Joaquim Soares Neto, admitiu que o episódio “foi uma fragilidade no sistema de segurança". Porém, afirmou que seria impossível chegar aos dados sem acessar a área reservada, que necessita de senha, o que levaria a suspeita de que o vazamento foi efetuado por uma das instituições de ensino superior que acessam o sistema para utilização das informações nos seus processos seletivos.
A imprensa estimou que dados de 12 milhões de alunos estiveram disponíveis para pessoas não credenciadas, inclusive para a imprensa.
Depois dos problemas com o vazamento da prova do primeiro ENEM de novo formato, qualquer notícia sobre o assunto logo ganha área de crise institucional.
Mas o que realmente podemos extrair do episódio?
1. Que agora o ENEM precisa de mais segurança, especialmente na confecção da prova e na divulgação dos seus resultados, pois isso passou a ter um valor, digamos “comercial’, para as quadrilhas que vivem de tentar (e muitas vezes conseguir) furar a segurança dos vestibulares e assim angariar fundos de maneira ilícita;
2. Que o Estado de São Paulo aproveitou este vazamento de dados, digamos, secundários e já disponíveis aos principais interessados, para enfraquecer o novo ENEM, não por divergência de mérito com a política implementada, mas por motivos eleitorais;e
3. O Poder Público tem a obrigação de preservar os dados coletados dos cidadãos, inclusive estes. Imaginem o preço de venda de uma mala direta com 12 milhões de alunos que fez ENEM nos últimos anos. A privacidade deve ser garantida e o governo deve explicar claramente como pretende cumprir a sua obrigação.
No mais, qualquer acontecimento está contaminado pelo período eleitoral.
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