terça-feira, 13 de outubro de 2009
Negros continuam excluídos do ensino superior
O debate acerca do ingresso de mais brasileiros ao ensino superior tem sido um dos focos da propaganda governamental. Para reverter à situação vexatória de inclusão de jovens de 18 a 24 anos no ensino superior, o governo federal investiu em duas direções: complemento de financiamento para universidades federais que aderissem ao Reuni e concessão de benefícios fiscais para faculdades particulares em troca de vagas via o Prouni.
A recente divulgação da PNAD 2008 mostrou que estes esforços estão longe de solucionar o problema de acesso ao ensino superior.
Em primeiro lugar, em 2001 tínhamos apenas 8,8% dos jovens nesta faixa etária estudando em alguma instituição de nível superior. Em 2008 chegamos apenas a 13,6%, ou seja, levamos sete anos para crescer 4,8 pontos percentuais, o que equivale a um crescimento de 0,68 pontos percentuais por ano.
São mais de 16 milhões de jovens entre 18 e 14 anos que não conseguiram chegar à universidade, seja por falta de vaga, seja por falta de recursos para custear a vaga particular, ou mesmo por que precisaram trabalhar desde cedo ou ficaram anos presos no ensino fundamental e médio.
Como todos sabem a maioria destes jovens estuda em escolas privadas. A divulgação da PNAD só confirmou isso: 76,3% dos jovens estão pagando pra estudar.
Quando o foco é a raça dos universitários também fica claro que não progredimos muito nestes sete anos. Os brancos passaram de 14,15 para 20,5%, enquanto que em 2001 havia apenas 3,2% de negros cursando o ensino superior e chegamos em 2008 com 7,7%. Dentro da exclusão geral ainda existe uma exclusão racial gravíssima.
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Um comentário:
A solução para a superação, de uma vez por todas, de tão grave problema social e que expõe as chagas históricas da formação da sociedade brasileira, em minha opinião passa necessáriamente pelo fortalecimento da escola pública, pois é nela que estão os filhos dos trabalhadores (negros, brancos, mulatos, indios, etc.) que formam a base da sociedade. Qualquer outra solução é paliativa e não enfrentará a profundidade desse assunto tão complexo.
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