No dia de ontem foram disponibilizados os dados do Censo do Ensino Superior. O INEP distribuiu um release para a imprensa que destacava com alegria que as matrículas do ensino superior haviam subido 4,4%. E o governo festejou a retomada do crescimento em patamares semelhantes ao do último ano de FHC.
Evidentemente que os dados dizem o que o release afirma. O problema não é o que foi divulgado e sim o que foi omitido pelo governo.
As matrículas no ensino superior subiram 4,4% em relação ao ano anterior. Este percentual de crescimento infelizmente não foi igualmente distribuído, sendo que a rede pública cresceu 2,6% contra um crescimento de 5% da rede privada. É verdade que a rede federal cresceu 4,4%, mas também é verdade que a rede particular abocanhou um aumento de nada menos que 17,3% nas suas matrículas. Os que mais perderam alunos foram justamente a principal aposta governamental por meio do ProUni, ou seja, as privadas comunitárias e filantrópicas que perderam 10,4% das matrículas.
E o que isso quer dizer? Que a participação da rede privada na oferta de matrículas continua crescendo e nada indica que haja um esforço para acelerar de maneira significativa a participação pública e frear o ritmo sempre alucinante da rede privada.
O gráfico acima demonstra de maneira límpida que não há motivos para comemorar. Em 2002, no final do governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, a participação pública era de 30%. Depois de cinco anos de governo Lula esta participação despencou para 25%.
Os números oficiais desmentem a euforia do governo. Isso sem contar que muito recurso público foi direcionado financiar as vagas em instituições de desempenho sofrível via o ProUni. Aliás, vagas que o censo nos lembra que estavam na sua maioria ociosa, ou seja, o governo abriu mão de impostos e as faculdades em troca ganharam clientela para consumir seus produtos, sem precisar aumentar sua capacidade instalada. Um negócio bom pros empresários filantrópicos e para o governo... e péssimo para a qualidade do ensino universitário em nosso país.
Os números oficiais desmentem a euforia do governo. Isso sem contar que muito recurso público foi direcionado financiar as vagas em instituições de desempenho sofrível via o ProUni. Aliás, vagas que o censo nos lembra que estavam na sua maioria ociosa, ou seja, o governo abriu mão de impostos e as faculdades em troca ganharam clientela para consumir seus produtos, sem precisar aumentar sua capacidade instalada. Um negócio bom pros empresários filantrópicos e para o governo... e péssimo para a qualidade do ensino universitário em nosso país.
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