Ontem passei o dia na região sul e sudeste do Pará. Foi um dia intenso, cansativo e muito produtivo.
Pela manhã me desloquei de cidade de marabá até o campus rural do Instituto Federal de educação Tecnológica do Pará (IFPA). O prédio federal ainda está em construção (a obra está atrasada e segundo os professores a fiscalização da direção do instituto é falha) e está situado próximo de um dos mais importantes assentamentos do MST na região.
No IFPA realizei um debate sobre o ensino profissional no novo PNE e os impactos da aprovação do Pronatec. A plenária contou com a presença de professores e estudantes do instituto. Os estudantes, em sua grande maioria, são filhos de trabalhadores rurais de assentamentos da região.
Fiquei muito bem impressionado com o nível das perguntas, com a forma crítica que os estudantes enxergam a realidade e com a disposição de todos em contribuir na luta pela aprovação de 10% do PIB para a educação pública.
Almocei com os estudantes e me desloquei para a cidade de Parauapebas (2 horas de carro e muitos buracos!). Durante a tarde reuni com os professores estaduais em greve e com estudantes que participam do movimento que reivindica a inclusão daquela cidade no escopo da futura Universidade do Sul e Sudeste do Pará. Ajudei na reflexão sobre a importância do piso, da hora-atividade e do plano de carreira e testemunhei depoimentos sobre a pressão que o governo do estado tem feito para impedir o sucesso da greve dos docentes.
De volta à estrada. Durante a noite, já em Marabá, participei da assembléia geral dos professores estaduais deste município. Discuti com eles os números apresentados pelo governo do estado e destaquei a importância do movimento atual para o sucesso da lei do piso em nosso país, alertando para a falácia do discurso do governo estadual no que diz respeito à impossibilidade de honrar com o pagamento do piso.
É sempre bom não perder o contato com a realidade que se esconde nos números e indicadores educacionais. Ouvi relatos de escola cujo teto desabou, de escola que aparece como construída nos balancete do governo estadual e não foi terminada, de pessoas na área rural que não conseguem ter acesso ao ensino fundamental, dentre outras carências. Presenciei também muita disposição de luta por mudanças. O próprio prédio do Campus Rural do IFPA é fruto desta persistente luta por ampliação dos direitos sociais em nosso país.
Terminei o dia sentindo o cansaço da jornada, mas certamente volto da viagem muito mais disposto a contribuir com a luta por melhores dias para a educação do meu estado e do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário