Na sexta-feira quando participava de uma cerimônia no ABC o ex-presidente Lula disse que é uma irresponsabilidade defender 10% do PIB pra educação. Que nunca na história do Brasil um governo fez tanto pela educação e cobriu de elogios o seu pré-candidato a prefeitura de São Paulo, o atual ministro Haddad.
Em relação a candidatura de Haddad e a defesa de Lula, francamente acho um direito dele de propor qualquer nome pro seu partido aprovar, mas em relação a sua critica da proposta de 10% há um grande equivoco.
Na década de 90, quando o pais era governado pelos tucanos, os educadores brasileiros, com apoio ostensivo do PT e de Lula, realizaram inúmeras conferencias nacionais de educação e aprovaram a proposta de PNE da sociedade civil. No texto constava a proposta de que o Brasil aplicasse 10% do seu Produto Interno Bruto na educação pública.
O PNE foi aprovado com 7% e em seguida este item foi vetado. Em oito anos de mandato Lula não moveu uma palha pra derrubar o veto, ou seja, não quis se comprometer nem com 7%.
Porém, o seu programa de governo de 2002 defendia a derrubada do veto e a recuperação das propostas da sociedade civil. Infelizmente este documento foi jogado fora.
O que é mais irresponsável é ver o nosso dinheiro, aquele que cada cidadão paga de impostos, contribuições e taxas, ser carreado para pagar a dívida pública. A Proposta de Orçamento para 2012 prevê que 47,9% de nosso dinheiro seja usado para esta finalidade. A grande imprensa dirá que estamos diante de um governo responsável, que resiste a pressões populares irresponsáveis e mantém o pais no rumo certo, ou seja, protege primeiro os interesses dos credores nacionais e internacionais e com o que sobra faz algumas políticas compensatórias.
Essa postura não deixa de ser coerente com as políticas implementadas nos últimos oito anos (e deve-se somar mais oito de FHC). Quando um desses estudantes que insiste em gritar de forma irresponsável por mais vagas em universidades públicas, o governo responde com bolsas em faculdades precárias em troca de generosa isenção fiscal. Quando as famílias clamam de maneira irresponsável por mais vagas no ensino profissionalizante, o governo acena com concessão de bolsas para o Sistema S e escolas privadas. E ainda concede o direito de que estas famílias (que pagam muito mais tributos do que os ricos!) possam se endividar para comprar no mercado privado a vaga que deveria ser pública.
Realmente para Lula é totalmente irresponsável reivindicar o cumprimento da Constituição, que estabelece que a educação é um direito de todos e um dever do Estado. Responsável é ficar quieto, abrir mão deste direito e se contentar com vagas de segunda categoria.
Hoje o Brasil insiste em seguir o fracassado caminho chileno. Entregar a fatia mais lucrativa do ensino para a iniciativa privada (uma boa parte já nas mãos de grupos estrangeiros).
Prefiro ficar do lado dos irresponsáveis!!!
Triste ouvir essas asneiras do Lula ... Mas cada um tem seu tempo ...
ResponderExcluirPor isso que digo: Nunca na história desse país educação foi prioridade. E sinceramente fico muito preocupado que tipo de educação vai sobrar para a população que mais precisa. Tonar a educação pública em privada isso é que irresponsabilidade, para favorecer a classe dominante e aumentar a miséria em nosso país.
ResponderExcluirSr. Luiz Araújo, foi encaminhado esse texto de sua autoria para o nosso blog, através da caixa de comentários anônimo, solicitando a publicação.
ResponderExcluirSolicitamos sua autorização para postar no nosso blog.
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