Esta semana o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou a nova edição do Índice de Desenvolvimento Humano, conhecido como IDH. Ocorreram alterações metodológicas, fato que dificulta comparações com edições anteriores.
O IDH é um indicador composto, que leva em consideração desempenho na saúde, educação e renda. No entanto, o que é levado em conta mudou no quesito educacional.
Na antiga metodologia, eram utilizadas as variáveis “alfabetização”, considerando o total da população que sabia ler e escrever, e “matrícula combinada”, que verificava quantas das pessoas em idade de estudar estavam na escola. Os critérios, adotados quando o ranking começou nos anos 80, eram criticados porque, com o avanço na universalização do ensino, todos os países ricos e muitos dos emergentes, incluindo o Brasil, tinham boas médias nos dois quesitos.
A partir deste ano, o novo modelo usa outras duas variáveis: os “anos médios de estudo”, levando em conta a população com mais de 25 anos e os “anos esperados de escolaridade”, que avalia, conforme o sistema de ensino do país, a rede educacional oferecida e os índices de matrículas observados, quantos anos uma criança que vai iniciar a vida escolar deve permanecer estudando.
Esta mudança foi criticada oficialmente pelo MEC, que em nota disse que ao passar a considerar a escolarização de pessoas com mais de 25 anos como um dos critérios, o cálculo do IDH prejudicou países que começaram a investir pesado em políticas educacionais mais recentemente (caso do Brasil).
O Brasil está em 73º lugar. Com um índice de 0,699, o Brasil continua a exibir um IDH menor do que a média da América Latina e Caribe, que é de 0,704. Está atrás de Argentina (46º), Uruguai (52º), Panamá (54º), México (56º), Costa Rica (62º) e Peru (63º).
Obviamente que qualquer indicador sofre questionamentos e o IDH não está isento disso. Porém, a postura defensiva do governo é inaceitável. É uma postura igual ao do time de futebol que culpa a metodologia de pontos corridos do campeonato brasileiro pelo fato de não vencer a competição. Quem consegue muitas vitórias sempre estará bem colocado.
Talvez o caminho fosse concentrar nossas energias para verificar por que os anos de estudos completos e a expectativa de continuidade nos estudos não são melhores. E, ao redigir o novo plano nacional de educação, propor metas e diretrizes para dar um salto de qualidade.
A educação não foi um tema relevante na última campanha eleitoral, mas nunca é tarde para que seja discutida e passe a ser um dos pilares do modelo de desenvolvimento nacional.
2 comentários:
Caro Luiz estive calculando o repasse do Fundeb ao Municipio de Ananindeua, observei que a média dos repasses nos últimos 10 meses foi de 3.867.916,60.Simulando para 12 meses chegaremos em 46.415.000,00.A receita estimada é 51.402.822,56.Ou seja ao final de 2010 nesta lógica o dinheiro repassado será apenas 90,3% da receita estimada. Como ficará os 10% restantes? Ou não teremos este restante? Ou isto é fruto da nova regra de repasses? Um abraço Jair Pena
Foi boa essa mudança de metodologia. Talvez, agora, os parasitas dos nossos governantes, levantem o traseiro de suas poltronas confortáveis, para reverem suas atitudes nefastas contra a Educação Básica nacional.
A qualidade da educação no Brasil, parece algo inatingível, devido a incompetência, dos que traçam os destinos da educação pública brasileira, que está no rumo do caos total.
só para exemplificar:A forma como os trabalhadores em educação, são desvalorizados e desconsiderados no Brasil nos faz crer na impossibilidade de uma educação de qualidade, tão propalada em infidáveis reuniões e congressos.
Hoje o professor sequer recebe um certificado de curso de extensão ou aperfeiçoamento ou de atualização mesmo, de modo a ter um comprovante de que cursou realmente. E isso ocorre em entidades federais e estaduais patrocinadas pelo próprio MEC, estamos no fundo do poço...
Postar um comentário