O ministro Fernando Haddad anunciou no dia de hoje o nome do novo presidente do INEP.
O novo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação será o diretor do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), Joaquim José Soares Neto.
Segundo a imprensa noticiou o professor José Soares Neto tem 50 anos, é físico e professor titular da Universidade de Brasília. Desde 2008, dirige o Cespe, ligada à Universidade Federal de Brasília (UnB) e uma das instituições contratadas para fazer o Enem 2009, após o vazamento da prova.
Ele ocupará o lugar de Reynaldo Fernandes, que pediu demissão após as falhas no exame. "O maior desafio de Neto será o recuperar a credibilidade do Inep, desgastada desde o vazamento de provas do Enem, em outubro passado", informou a UnB, em nota.
Ao dar posse o ministro foi franco. “Os concursos públicos vem sofrendo problemas graves, muito correntes, e que vieram à tona no Enem de 2009. O professor Neto tem muito conhecimento da área porque acompanha isso de perto”, afirmou Haddad.
Há uma linha de coerência na escolha. Sai um pesquisador vinculado ao IPEA e entra um diretor de um dos principais fundações públicas na área de provas e concursos e vestibulares.
Em carta dirigida aos funcionários do INEP o ex-presidente deixa claro os motivos de sua saída.
“O fato é que o ambiente de trabalho no INEP, após a não realização do ENEM em outubro, foi muito deteriorado. Era preciso refazer o exame de forma segura e em tempo recorde, e ainda manter em andamento todos os demais processos, como a Prova Brasil, ENADE, Educacenso etc. Tudo isso sob muita pressão, pois as cobranças eram inevitáveis. Nesse quadro, a expectativa era que, após a realização do ENEM no início de dezembro, o ambiente se acalmaria e o INEP ganharia fôlego para aprofundar as reflexões acerca de todo esse processo, promovendo as reestruturações consideradas necessárias. Infelizmente, não foi isso que ocorreu”.
Ou seja, o pesquisador Reynaldo Fernandes foi absorvido pela dinâmica que transformou o INEP numa máquina de fazer provas em larga escala. Não sobreviveu aos percalços decorrentes. Aí o ministro chamou alguém que entenda do traçado, ou seja, o diretor do CESPE.
Bem, não foi pra isso que foi criado o INEP, mas foi nisso que o governo FHC e Lula o transformaram. Pelo menos não podemos acusar o ministro de incoerência.
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