quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Evitar dores de cabeça

Faltando praticamente quatro meses para encerrar o prazo dado pela Lei n°. 11.738 de 2007 (Lei do Piso) para que estados e municípios façam a devida revisão dos seus planos de carreira, a ansiedade dos educadores e dos gestores está crescendo.
É necessário muita calma nesta hora, especialmente quando dezenas de consultorias oferecem soluções fáceis para a elaboração dos respectivos planos.

Nada contra a existência de consultorias. Pelo contrário, pois quando sobra tempo eu mesmo as faço.

A pergunta que cada gestor deve fazer é a seguinte: qual a melhor maneira de construir um bom plano de carreira e qual o papel que pode desempenhar uma consultoria.

O caminho é bem conhecido e foi sobejamente utilizada na elaboração dos Planos Municipais de Educação: a Prefeitura contrata uma consultoria, com boas ou más credenciais anteriores, encomenda um plano, recebe o serviço e encaminha pra Câmara Municipal.

Então qual o problema? Além de aplicar recursos consideráveis com o pagamento da encomenda, a maioria das prefeituras aprova plano de carreira sem a mínima relação com a situação real do município. As más consultorias preparam modelos de plano, trocam apenas a referência ao município e não fazem nenhum diagnóstico financeiro, nem estudo de impacto do plano nas finanças municipais.

Não é possível construir um bom plano de carreira sem um bom diagnóstico da realidade municipal e isso só pode ser feito com o apoio decisivo dos técnicos municipais e com a participação dos educadores locais.

O risco é que o caro saia mais caro ainda. Depois de aprovado este plano se torne uma dor de cabeça para os gestores e para o magistério. De um lado, a prefeitura verificando nos anos seguintes que o plano não é factível. De outro, a categoria revoltada por se sentir ludibriada pelo poder público e vendo um direito recém aprovado pela Câmara ir pra lata do lixo.

Todo cuidado é pouco nesta hora, sendo a precaução a melhor maneira de evitar futuras e agudas dores de cabeça.

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