sexta-feira, 8 de maio de 2009

Professores paraenses em greve

Os trabalhadores em educação paraenses cruzaram os braços esta semana. Também estão mobilizados os docentes da rede municipal de Belém.
As negociações com o governo da capital e com o governo estadual chegaram num impasse.

É mais um movimento paredista fruto da postura dos governos diante da crise econômica mundial.

É verdade que a crise afeta a arrecadação federal, estadual e municipal. É verdade que houve queda dos repasses federais para estados e municípios no primeiro trimestre deste ano.

Mas é preciso dizer também outras verdades:

1º. Tanto o prefeito de Belém quanto a governadora do Pará fazem parte da base de sustentação do governo Lula e não presenciei nenhum posicionamento crítico em relação a política econômica conservadora adotada pelo governo federal. E mais, também não vi nenhuma crítica em relação a opção do governo em proteger os especuladores nacionais e estrangeiros atraídos pelos altos juros pagos pelos papéis da dívida pública;

2º. O governo federal, por pressão de prefeitos e governadores, decretou algumas compensações das perdas sofridas, inclusive antecipando parcelas da complementação da União no Fundeb, medida que beneficia diretamente o estado do Pará;

3º. O aumento de participação da União no Fundeb diminuiu a perda financeira estadual, provocada principalmente pela irresponsável municipalização dos governos tucanos. A situação foi amenizada, mas o governo estadual faz de conta que está pior;

4º. Recentemente a senadora Kátia Abreu, representante do agronegócio no Congresso Nacional, pediu intervenção federal no estado do Pará, alegando que o governo local não estaria sendo rigoroso na repressão aos sem-terra. Os movimentos sociais saíram em defesa da governadora, mas a sua resposta foi mandar prender no Presídio Estadual dezoito lideranças da Via Campesina, forma que encontrou para demonstrar para os fazendeiros que tem controle da situação.

Não falo muito da prefeitura, por que do prefeito Duciomar não podemos esperar nada, além do caos na saúde, escândalos de corrupção, desmandos e autoritarismo.

O que chama a atenção é a postura da governadora Ana Júlia. Realmente o governo estadual escolheu um lado da trincheira e não foi o daquele que depositaram suas esperanças de que ocorreriam mudanças populares no estado do Pará.

Um comentário:

  1. Oi Luis, é Beto!
    Parabéns novamente
    pelo espaço de debate da educação.
    Estamos com muitos desafios na greve estadual e algumas das informações disponibilizadas aqui servem muito para a reflexão e como subsídio nos tensos (como não poderia deixar de ser) debates.
    Criamos também um blog para tentar facilitar a comunicação (um calcanhar de Aquiles) com a categoria.
    Se der passa lá, é www.grevepelaeducacao.blogspot.com
    Um abraço!

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