O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta segunda-feira, 6, no município mineiro de Montes Claros, que as prefeituras assumam sua parcela de sacrifício na queda de arrecadação da União em razão da crise financeira internacional.
Segundo Lula, o importante "é que cada prefeito, cada governador e cada ministro saiba que reduziu a receita". "Reduzindo a receita, vai reduzir a distribuição", afirmou.
Interessante o raciocínio se a prática governamental não fosse totalmente contraditória. A postura do governo Lula não tem sido de exigir igual sacrifício para todos os setores sociais, senão vejamos:
1º. Recentemente foram cortados 25 bilhões de reais do Orçamento da União, mas nenhum centavo foi retirado do dinheiro reservado para pagar juros e amortização da dívida pública;
2º. Um dos motivos da queda da arrecadação é a manutenção de altas taxas de juros, mas o governo continua tímido no ritmo de sua diminuição, tudo isso para não prejudicar os amigos especuladores, que foram atraídos para investir no Brasil devido aos astronômicos juros praticados;
3º. Mesmo demitindo trabalhadores as montadoras continuam sendo beneficiadas com isenções fiscais;
4º. Mais de meio milhão de brasileiros voltaram a transitar na linha de pobreza depois da eclosão da crise mundial;
Ou seja, o presidente pede para os prefeitos ficarem quietos diante da queda dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios. E são os prefeitos que terão dificuldade de honrar os compromissos com a população, pois cabe a municipalidade o fornecimento dos serviços básicos.
O quadro de Portinari é bem ilustrativo do resultado desta política.
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