sábado, 25 de abril de 2009

O Pará desvaloriza o magistério

O Estado do Pará é um claro exemplo de que a cartilha neoliberal não deu certo, pelo menos para as maiorias excluídas dos benefícios do recente progresso brasileiro.

Isso pode ser atestado no modelo econômico baseado em grandes projetos e agora no agronegócio, no descontrolado desmatamento da floresta amazônica, no ataque aos povos originários e suas culturas ancestrais, na concentração de terra, na pistolagem que continua atuando impunemente, nos massacres e assassinatos de lavradores e assim por diante.

O Pará foi pioneiro na implantação do Fundef, iniciando este processo em 1997. E foi eficaz na aplicação de uma política de municipalização totalmente irresponsável. Em 1996 a rede estadual representava 59% da matrícula pública no ensino fundamental e em 2008 representa apenas 23%.

Conseqüência disso é que durante a vigência do Fundef a relação entre depósitos ao fundo e recebimentos por parte da esfera estadual foi sempre deficitária. Em 2006, último ano do Fundef a rede estadual recuperava apenas 37% do que depositava.

Apesar deste alto índice de municipalização do ensino fundamental, a instituição do Fundeb e, especialmente, o aumento do valor da complementação da União, trouxe uma melhoria para as finanças estaduais. Em 2007 o estado recuperou 57% do que depositou e em 2008 conseguiu reaver 69%. A projeção para 2009 é de uma recuperação de 77%.

Apesar de tudo isso a postura governamental é de negar qualquer melhoria significativa para os profissionais do magistério. A proposta apresentada na mesa de negociações no dia de hoje provocará um fenômeno nunca visto: todos os professores, independente da formação que possuam terão seus vencimentos iniciais no patamar do salário mínimo.

A melhoria trazida pelo Fundeb não refletiu num melhor tratamento ao magistério, nem a mudança para um governo petista.

3 comentários:

Anônimo disse...

Emitir opiniões deve ser um ato responsável. Aqui vai a minha, a respeito de "O Pará desvaloriza o magistério". Para que o vencimento inicial da carreira do magistério público estadual esteja no patamar de R$ 465,00 (salário mínimo), provavelmente uma das quatro coisas a seguir (ou uma mistura delas) deve estar acontecendo:
a) a jornada semanal de trabalho é de 25 horas para baixo;
b) o vencimento final da carreira é de três ou mais vezes acima do inicial;
c) a remuneração inclui vantagens que superam o valor do vencimento;
d) a média de estudantes por professor na rede é menor que 20.

Caso a situação não inclua alguma dessas quatro hipóteses, não somente Lei do Piso como a Lei do Fundeb e a LDB estão sendo atropeladas. E olha que o Pará está recebendo em 2009 mais de UM BILHÃO de reais da União como complementação. O governo estadual tem prazo para acertar as coisas por meio de novo plano de carreira até 31 de dezembro de 2009: muitas coisas, com efeito retroativo. Vamos à luta. João Monlevade

Meg disse...

Como conseguir seus contatos? Tive oportunidade de ouvi-lo na UNDIME e adorei sua palestra. Tenho tantas dúvidas...

Magali Tayt-sohn
Secretária de Educação-Teresópolis-RJ

Meg disse...

Desculpe, meu e-mail é megt@oi.com.br
obrigada.