tag:blogger.com,1999:blog-7439630899069100718.post2288443347207702096..comments2023-10-04T07:49:48.919-03:00Comments on Blog do Luiz Araújo: Lei pode tornar graduação de professor obrigatóriaLuiz Araújohttp://www.blogger.com/profile/14908328391662290380noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7439630899069100718.post-15630343212177937412009-06-22T13:00:42.893-03:002009-06-22T13:00:42.893-03:00João Monlevade falando. Esta notícia é tudo que se...João Monlevade falando. Esta notícia é tudo que se pode dizer de "superficialismo político". A formação dos professores deriva de vários processos: o primeiro, e essencial, é a vivência dos conhecimentos, das habilidades e valores transmitidos pela sociedade como um todo, em especial pela própria experiência de ESTUDANTE. O segundo, é a formação profissional propriamente dita - percurso que o pretenso projeto de lei tenciona mudar. E o terceiro, também muito importante, é a reflexão permanente sobre a experiência de magistério (o que se costuma chamar de "formação continuada")<br />Quanto ao primeiro e terceito processos, haveria muito a dizer, mas não há nada de urgente. Quero fazer dois comentários sobre o segundo: em primeiro lugar, a formação profissional não é má, boa ou melhor segundo o nível de escolaridade. O principal fator da boa formaçãoé a disposição e disponibilidade de aprender. Ora, como a maioria dos que se candidatam a ser professor e professora é de adolescentes e jovens das classes populares, que, para sobreviver, costumam começar a trabalhar no máximo aos dezoito anos, o melhor tempo para estudar é o que corresponde ao ensino médio, ao Normal de Nível Médio. Querer "começar" a formação profissional no nível superior (tempo da Pedagogia e das licenciaturas)é desprezar o momento propício para o início da formação. A segunda reflexão vem de minha experiência de professor de cursos de pedagogia de universidades federais. Cada vez mais os seus diplomados e suas diplomadas rejeitam ser professores de educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental. Por quê ? Não é só pelo baixo salário (praga com a qual infelizmente vamos conviver uns 20 anos ainda), porque no DF os profesores em início de carreira ganham quase R$ 4 mil. É porque dar aula para criança pobre e problemática (outra realidade que estará presente entre nós talvez por mais de 20 anos...) é "dose", é uma atividade "indesejável", quase tão desprezível como ser gari ou borracheiro. Ainda mais que precisamos operar uma mudança muito visível - a da alfabetização - e que se não dermos conta dela, estaremos negando nossa competência e nossa formação. Alfabetizar minha filha Beatriz foi fácil; ela brincava com letras desdes os dois anos e respirava leitura e escrita no ambiente familiar. Mas a maioria das crianças das escolas públicas não é feita de Beatrizes, mas de seres bombardeados por imagens de violência doméstica e televisiva, que tentam repoduzir na escola e na sala de aula. Um vernizinho de Pedagogia não dá conta de "armar" o professor. Sua formação profissional deve vir da raiz de sua própria adolescência, problematizada por um curso adequado, que será depois aprofundado em nível superior, na área com que o professor ou professora tiver mais empatia. Vamos pensar, gente ! Que venha o projeto do MEC, que vou aperfeiçoar meu tiroteio...João MonlevadeAnonymousnoreply@blogger.com